Natal

Estamos em época de Natal, altura do tão denominado "espírito natalício" em que vêm ao de cima os sentimentos de paz, amizade, generosidade, compaixão, caridade e boa vontade em ajudar o seu semelhante, sobretudo o menos afortunado! Que bonito... ou então não!

A minha opinião pessoal é que os sentimentos que vêm ao de cima são a hipocrisia e o cinismo. Isto porque quem efectivamente sente para com outra pessoa algo de espirito natalício sente-o durante todo o ano, todos os dias e a todas as horas, não precisando por isso de uma quadra institucionalizada para o efeito.

O que acontece nesta altura é um rol de palmadinhas nas costas e votos de boas festas a pessoas que não nos dizem nada e de que não queremos saber por aí além (além dos tais sentimentos reais diários que se sentem por outras) usando para isso desde prendas "para ficar bem" ou "porque tem que ser" (fomentando cada vez mais a ideia de uma quadra de alto teor calórico não só alimentar mas também financeiro e de excessos consumistas) a sms reenviadas para toda uma lista de pessoas gravada no telemóvel de quem nunca nos lembramos e que às tantas até foram da "imaginação" de um qualquer criador de ideias inovadoras do nível do Peido Rap e dos Pedreiros do Costume.

Portanto pergunto eu o que é esse espírito natalício e para que serve se apenas é para ser tirado da gaveta 3 dias por ano... afinal sempre ouvi dizer que "o Natal é todos os dias" ou "o Natal é quando um Homem quiser"!

Até chegámos ao ponto em que as televisões deixaram de passar o Música no Coração e a Mary Poppins (tal como o Ben-Hur e o Moisés na Páscoa) para, em plena véspera de Natal, termos a TVI a dar o Comando, telenovelas e a Primeira Companhia!

Fica esta reflexão à vossa consideração, com votos de Bom Natal!